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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


PSB reage e ameaça deixar o governo

Em resposta ao que considera "ingerência" do PT em assuntos internos e tentativa de acuar Eduardo Campos, partido avalia aprovar resolução pela saída do ministério de Dilma

Eduardo estaria incomodado com o

Eduardo estaria incomodado com o "cerco" que Lula e Dilma estariam arquitetando


O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB,) estuda reagir ao que considera ser um cerco do PT nacional ao seu projeto presidencial. As provocações públicas dirigidas pelo ex-ministro Ciro Gomes (PSB), seu adversário dentro do partido, somadas às visitas que o ex-presidente Lula (PT) e presidente Dilma Rousseff (PT) farão ao Ceará, Estado governado por Cid Gomes (PSB), irmão de Ciro, estão sendo encaradas como uma tentativa aberta de intimidação para que Eduardo declare, desde já, se é candidato ou não em 2014. Como resposta, não está descartada uma medida extrema por parte do PSB: a entrega imediata dos cargos que o partido possui nos ministérios. 
Socialistas entendem que Lula quer tirar Eduardo da “zona de conforto” e forçá-lo a tomar uma posição antecipada, seja pelo apoio à reeleição de Dilma, seja pelo lançamento de sua candidatura à Presidência. A movimentação silenciosa dos petistas para tirar o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), da legenda também é encarada como mais um elemento dessa ofensiva contra o PSB.
Com o entendimento de que a campanha eleitoral foi deflagrada, Eduardo está de olho nas próximas movimentações do PT e pode induzir seu partido, do qual é presidente nacional, a aprovar uma resolução favorável ao desembarque do governo federal. Caso o ministro Fernando Bezerra Coelho e o secretário nacional dos Portos, Leônidas Cristino, não sigam a possível orientação partidária, ambos só permaneceriam nos cargos como cota pessoal da presidente. Leônidas foi indicado pelo PSB do Ceará, comandado pelos irmãos Gomes.

Nos bastidores, socialistas alegam “desconforto” com as atitudes das lideranças petistas, a quem atribuem a articulação para que Ciro abrisse sua “metralhadora” contra Eduardo. No último fim de semana, o ex-ministro afirmou que o governador não possui “estrada” nem “visão de País” e defendeu que o partido apoie a reeleição de Dilma. Ao mesmo tempo, disse que se a legenda tem alguma pretensão de lançar uma candidatura própria, deve deixar, desde já, a base de apoio ao governo federal.
Eduardo escalou figuras nacionais do PSB – como o líder da bancada socialista na Câmara Federal, Beto Albuquerque, e o vice-presidente do partido, Roberto Amaral – para rebater publicamente as declarações de Ciro e, de quebra, enviar recados aos petistas. Blindado, sua intenção, porém, é deixar que o PT, sozinho, “estique a corda”. O governador não quer levar o crédito pelo futuro rompimento até para conseguir manter seu discurso de que não pretende antecipar o debate eleitoral.
Caso se confirme a saída do partido dos ministérios, Eduardo sustentará o argumento de que o PSB não ficou “confortável” com as investidas do PT e que sua legenda não “depende” de cargos. Ao mesmo tempo, terá caminho livre para enfatizar seu já crítico discurso ao governo federal e pavimentar seu voo em direção a uma candidatura ao Palácio do Planalto.



DEM inclui painel sobre mensalão em exposição do PT e deputados discutem




Deputados do DEM pretendiam incluir painel relembrando o escândalo do mensalão em exposição que lembrava os 33 anos do PT Foto: Reprodução


Deputados do PT e do DEM se desentenderam, nesta quarta-feira, durante manifestação no Hall da Taquigrafia da Câmara dos Deputados, onde está montada uma exposição de painéis fotográficos que lembram os 33 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores. A confusão teve início depois que deputados e assessores do DEM levaram, ao local, outro painel com capas de revistas e jornais de 2005, lembrando o episódio do mensalão, o que gerou empurra-empurra e troca de ofensas, com repercussão no plenário da Casa. As informações são da Agência Câmara.
"Só estamos relatando aqui a verdade, os fatos e o julgamento (do mensalão). Nós fomos fiéis à história; o que não é correto é que eles excluam esses fatos da história do seu partido", disse o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO).
O material do DEM foi retirado por integrantes do PT. "Não vamos guardar, só tirei porque estava na frente do painel do PT. Respeitamos todas as manifestações, de qualquer partido, mas colocar na frente do nosso, tapando a nossa exposição, é um desrespeito", argumentou o deputado Amauri Teixeira (PT-BA).
Caiado, por sua vez, disse que o PT foi "intolerante" ao retirar o painel do DEM. "Já fomos governo e soubemos conviver com a oposição. Quando fizemos parte do governo Fernando Henrique, o PT vinha a plenário com faixas achincalhando o governo, e elas nunca foram retiradas. O PT precisa respeitar o contraditório", disse. Amauri Teixeira, por outro lado, considerou como "coisa de moleque" o ato do DEM. "A oposição não tem o direito de minimizar uma manifestação nossa", completou.
Deputados do PT pediram auxílio à Mesa Diretora e à segurança da Câmara para que seja garantido o direito de manifestação aos militantes da legenda. O líder da bancada petista, deputado José Guimarães (CE), cobrou respeito aos outros partidos, para que as manifestações sejam livres nas dependências da Câmara.
"Faz dois anos que reservamos o espaço para uma exposição fotográfica; nós respeitamos qualquer partido e não nos organizamos para impedir qualquer manifestação", disse Guimarães. No Plenário, houve discussão entre os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Devanir Ribeiro (PT-SP). Enquanto o democrata discursava em plenário justificando o ato de seu partido, o petista retirou o microfone de sua mão e disparou: "este canalha aqui não tem nada que fazer isso". A manifestação deu início a um novo tumulto, que foi logo dispersado.
Em nota, o DEM afirma que o PT "mostrou mais uma vez sua postura de intolerância diante de fatos reais". "Essa atitude mostra a intolerância ao contraditório do PT à verdade. Não criamos nada que não fossem fatos relatados. Não é correto que eles excluam um fato da história do seu partido. Aí, realmente não é uma exposição honesta", afirmou Caiado. "É o outdoor mais importante para eles e foi dado como presente. Fico satisfeito com fato de o PT ter levado o painel. Agora, podem refletir sobre o que fizeram em 2005", complementou o líder do partido.
Parlamentares do PT e a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) na mostra comemorativa do PT (Foto: Fabiano Costa / G1)Parlamentares do PT e a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) na mostra comemorativa do PT (Foto: Fabiano Costa / G1)
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson. Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas. A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão.
Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.
No dia 17 de dezembro de 2012, após mais de quatro meses de trabalho, os ministros do STF encerraram o julgamento do mensalão. Dos 37 réus, 25 foram condenados, entre eles Marcos Valério (40 anos e 2 meses), José Dirceu (10 anos e 10 meses), José Genoino (6 anos e 11 meses) e Delúbio Soares (8 anos e 11 meses). A Suprema Corte ainda precisa publicar o acórdão do processo e julgar os recursos que devem ser impetrados pelas defesas dos réus. Só depois de transitado em julgado os condenados devem ser presos.



Deputados do  Democratas e do PT se envolvem em confusão na Câmara

Exposição do PT mostrava história do partido, mas não mencionava o ano de 2005, quando surgiu denúncia do mensalão. O DEM colocou um painel.



Deputados do Democratas e do PT se envolveram em uma confusão, nesta quarta-feira (17), na Câmara.
Tudo começou quando representantes do Democratas colocaram um painel na exposição que o PT montou na Câmara. As placas mostram uma linha do tempo sobre os 33 anos de atuação do PT, mas não fazem nenhuma referência a 2005, quando surgiram as denúncias do mensalão.
“Nós não criamos nada, apenas relatamos aqui, num outdoor, qual foi a história do PT no ano de 2005”, disse o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), líder do partido.
O deputado Amaury Teixeira, do PT da Bahia, resolveu retirar o painel do DEM. A reação foi imediata. Houve troca de acusações e gritaria.
“A oposição não tem o direito de minimizar uma manifestação nossa”, criticou o deputado Amaury Teixeira (PT-BA).
A briga entre PT e DEM continuou dentro do plenário. O clima esquentou quando o deputado Devanir Ribeiro, do PT de São Paulo, interrompeu um discurso do deputado Onyx Lorenzoni, do Democratas do Rio Grande do Sul.
“A exposição dos 10 anos de governo convenientemente esquece o inconveniente ano de 2005”, disse Lorenzoni.
Tumulto começou após painel do mensalão ser instalado em frente a mostra dos 33 anos do PT
“Esse canalha aqui não tem nada que fazer isso”, rebateu Ribeiro.
Depois das discussões, o PT fez um ato na Câmara para homenagear a história do partido. Não houve novos incidentes. Está sendo analisado um pedido do deputado Onyx Lorenzoni para que as palavras ofensivas ditas em plenário não sejam publicadas nos anais da Câmara.


juiz que recebe por mês o que colega de país rico ganha em um ano


  • A Câmara dos Deputados aprovou projeto que acaba com o pagamento de 14º e 15º salário a parlamentares; atualmente, eles recebem 15 salários, cada um de R$ 26,7 mil, por ano
Há muitas formas de enriquecer no Brasil, mas uma estratégia pode parecer uma surpresa no clima econômico atual: conseguir um emprego público.


Enquanto os servidores públicos na Europa e nos Estados Unidos estão tendo seus salários reduzidos ou estão sendo demitidos, alguns funcionários públicos no Brasil estão recebendo salários e benefícios que deixam seus pares nos países desenvolvidos bem para trás.



Um funcionário em um tribunal em Brasília, a capital, recebeu US$ 226 mil (R$ 445 mil) em um ano –mais do que o ministro-chefe do Supremo Tribunal Federal. Igualmente, um dos engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo recebeu US$ 263 mil (R$ 518 mil) em um ano, mais do que a presidente do país.



E há os 168 funcionários públicos do Tribunal de Contas de São Paulo, que recebiam salários mensais de pelo menos US$ 12 mil (R$ 23 mil), às vezes de até US$ 25 mil (R$ 49 mil)–mais do que ganhava o prefeito da cidade, a maior do Brasil. De fato, o prefeito na época brincou que planejava se candidatar a um emprego no estacionamento da Câmara Municipal quando seu mandato terminasse em dezembro, depois que foi revelado que um manobrista ganhava US$ 11.500 (R$ 22.655) por mês.

À medida que a economia antes próspera do Brasil começa a estagnar, esses "supersalários", como são conhecidos aqui, estão alimentando um novo ressentimento a respeito da desigualdade nas burocracias desajeitadas do país. Sindicatos poderosos de certas classes de funcionários públicos, fortes proteções legais aos servidores públicos, um setor público inchado que cria muitos novos empregos bem-remunerados, e benefícios generosos que podem ser explorados pelos servidores, tudo isso torna o setor público do Brasil um cobiçado baluarte de privilégio.


Mas as riquezas não são distribuídas igualmente. Enquanto milhares de funcionários públicos excedem os limites constitucionais em suas remunerações, muitos outros enfrentam dificuldades para se sustentar. Por todo o país, professores e policiais geralmente ganham pouco mais de US$ 1.000 (R$ 1.970) por mês, e às vezes menos, exacerbando os problemas de segurança e da educação no país.



"As distorções salariais em nosso setor público chegaram a um ponto em que se tornaram uma desgraça completa e absoluta", disse Gil Castello Branco, diretor do Contas Abertas, um grupo que monitora os orçamentos dos governos.



Funcionários públicos privilegiados, antes chamados de marajás, em uma referência à opulência da antiga nobreza da Índia, existem há muito tempo no Brasil. Mas à medida que o Brasil nutre ambições de subir às fileiras dos países desenvolvidos, uma nova lei de liberdade de informação exige que as instituições públicas revelem os salários de seus funcionários, dos funcionários públicos mais baixos até os ministros do governo.



Apesar de algumas autoridades resistirem às novas regras, as novas revelações das instituições públicas mostraram casos e mais casos de funcionários públicos ganhando mais do que ministros do Supremo Tribunal Federal, que ganhavam aproximadamente US$ 13.360 (R$ 26.723) por mês em 2012, um valor estabelecido pela Constituição como o salário mais alto que um funcionário público pode receber. Apenas no Senado e na Câmara dos Deputados, mais de 1.500 funcionários ganharam mais do que o limite constitucional, segundo o Congresso em Foco, um grupo de vigilância.



Os juízes estaduais podem fazer ainda melhor. Um em São Paulo recebia recentemente US$ 361 mil (R$ 711.170) por mês. Não é erro de digitação: alguns juízes no Brasil recebem em um único mês mais do que seus pares nos países ricos ganham em um ano. (Os mais altos salários anuais dos juízes no Estado de Nova York foram aumentados para cerca de US$ 198.600)



As revelações recentes, incluindo um auditor no Estado de Minas Gerais que ganhou US$ 81 mil (R$ 159.570) em um mês e uma bibliotecária que ganhou US$ 24 mil (R$ 47.280) em outro, provocaram uma forte reação em alguns setores. Joaquim Barbosa, o ministro-chefe do Supremo Tribunal Federal, revogou os supersalários dos 168 funcionários do Tribunal de Contas de São Paulo em dezembro. Outro juiz federal farto suspendeu em outubro os pagamentos acima do teto de 11 ministros do governo, mas a Advocacia-Geral da União disse que entraria com recurso.



Alguns historiadores culpam Portugal, seu antigo poder colonial, pela criação de uma poderosa burocracia pública na qual mandarins contam com enorme influência e ganham salários excessivos. A justiça bizantina do Brasil também fornece formas para certos funcionários públicos contornarem os limites constitucionais às remunerações. Alguns recebem aposentadoria de cargos anteriores no governo –frequentemente o salário integral na época da aposentadoria– após passaram para outro cargo público bem-remunerado.



E há os auxílios extras para moradia e alimentação, os reembolsos generosos por quilômetro rodado a serviço e, é claro, as brechas. Uma lei datada de 1955 permite que alguns funcionários públicos tirem três meses de licença remunerada a cada cinco anos. Mas aqueles que abrem mão da licença, que agora visa encorajar os funcionários a fazerem cursos de pós-graduação, podem receber o dinheiro extra em seu lugar.



Alguns membros importantes do Partido dos Trabalhadores da situação, incluindo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, conseguem contornar o limite constitucional ao receberem US$ 8 mil (R$ 15.760) extra por mês por servirem nos conselhos diretores de empresas estatais, e muitos legisladores têm direito a bônus anuais de mais de US$ 26 mil (R$ 51 mil), para que possam comprar roupas como ternos.



Mas entre os países em desenvolvimento, o funcionalismo público do Brasil é invejado em alguns aspectos por seu profissionalismo. Exames rigorosos para uma série de cargos públicos cobiçados geralmente eliminam os candidatos despreparados. Bolsões de excelência, como algumas organizações públicas de pesquisa, conquistaram aclamação em áreas como agricultura tropical.



Mas alguns contribuintes se irritam com os privilégios do setor público, cujas fileiras incharam em 30% na última década, atingindo 9,4 milhões de funcionários em um país de 194 milhões de habitantes. Sindicatos poderosos minam os esforços para demissão de funcionários públicos, tornando esses empregos excepcionalmente estáveis e bem protegidos.



Enquanto o governo brasileiro financia confortavelmente a si mesmo com a cobrança de impostos e emissão de títulos da dívida, serviços como educação e tratamento de esgoto permanecem lamentáveis. Apesar dos altos impostos, o Brasil ficou em último lugar entre os 30 países industrializados e em desenvolvimento em qualidade de serviços que os cidadãos recebem pelo imposto que pagam, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, instituição sem fins lucrativos.



Alguns legisladores se tornaram alvo de escrutínio pessoal. Fernando Collor de Mello, um ex-presidente que antes denunciava os marajás e agora é senador, foi apontado recentemente como tendo gasto mais de US$ 30 mil (R$ 59.100) por mês em dinheiro público para contratação de um jardineiro e dois arquivistas.



No Maranhão, um dos Estados mais pobres do Brasil, os legisladores concederam a si mesmos o equivalente a 18 salários mensais –cada um de aproximadamente US$ 10 mil (R$ 19.700)– em um único ano, justificando a decisão como uma "ajuda de custo".



A nova lei de liberdade de informação, aprovada pela presidente Dilma Rousseff, que ganha em torno de US$ 174 mil (R$ 342.780) por ano, visa expor essas práticas. Sem causar surpresa, alguns interesses entrincheirados têm resistido a cumprir a lei.



Quando o Congresso finalmente decidiu em 2012 permitir que as pessoas obtivessem a informação sobre os salários de seus funcionários, ele também exigiu que o nome de cada funcionário fosse apresentado e submetido online. Em outras palavras, se alguém quisesse informação sobre os 25 mil funcionários do Legislativo, então a pessoa teria que identificá-los independentemente e submeter 25 mil pedidos online separados.



Quem dera fosse assim tão fácil em São Paulo. Uma funcionária da Justiça estadual, Ivete Sartorio, teria recebido aproximadamente US$ 115 mil (R$ 226.550) após convencer seus superiores de que devia ter sido compensada por não tirar suas licenças. Mas quando perguntado recentemente sobre os salários dela, um porta-voz do tribunal, Rômulo Pordeus, disse que o "número de matrícula" de Sartorio era necessário para obtenção da informação.



Quando perguntado sobre como algum contribuinte curioso poderia obter esse número, ele respondeu que Sartorio é quem o tem, e que ele não a incomodaria a respeito dele.



"Eu não vou pedir a ela seu número de matrícula, porque é um aborrecimento, entende?" disse Pordeus. "Ninguém gosta de dizer quanto ganha."



*Lis Horta Moriconi e Taylor Barnes, no Rio, contribuíram com reportagem

Sem salários extras, parlamentar diz que vai ter dificuldade para pagar 'caixões e receitas médicas' para eleitores

O deputado federal Francisco Escórcio (PMDB-MA) discursa no plenário. Segundo ele, vai faltar dinheiro para "caixões e passagens" com fim do 14º e 15º salário
O deputado federal Francisco Escórcio (PMDB-MA) discursa no plenário. Segundo ele, vai faltar dinheiro para "caixões e passagens" com fim do 14º e 15º salário

A Câmara aprovou na quarta-feira (27) um projeto que limita o pagamento de 14º e 15º salário para deputados e senadores, mas a decisão contrariou alguns parlamentares.
Em entrevista à rádio CBN, o deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA) criticou a medida, e alegou que utiliza o dinheiro para pagar "caixões e passagens" para eleitores menos favorecidos que visitam seu gabinete.
Essa ajuda de custo, porém, é destinada para suprir a necessidade que os parlamentares têm ao se mudar, com suas famílias, para a capital, no início e no final de cada ano durante o recesso.
Ontem, o deputado Newton Cardoso (PMDB-MG) se pronunciou abertamente contra o projeto.
"Eu vou abrir mão sim, mas é preciso ajudar aqueles que precisam desse dinheiro. Acho uma deslealdade com estes deputados cortar o salário deles. Acho errado! Pago para trabalhar aqui, pago caro", disse.
Os vencimentos mensais dos parlamentares são de R$ 26.723,13.
"É um clientelismo e assistencialismo sem igual. O deputado deveria fiscalizar o poder executivo, e não oferecer estes favores. Caso a entrega dessas benesses esteja condicionada ao voto no próximo pleito, pode ser caracterizado o crime eleitoral da compra de votos", afirma Helio Silveira, advogado especialista em sistema eleitoral.
A reportagem tentou entrar em contato com Escórcio, mas ele não foi encontrado em seu gabinete.
O projeto de decreto legislativo, de autoria da ex-senadora e atual ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), já tinha sido aprovado há cerca de nove meses no plenário do Senado.
Ao extinguir os salários extras, o projeto prevê que os parlamentares ainda continuem recebendo dois salários a mais, um no início e outro no final do mandato. Ou seja, para os deputados, a cada quatro anos; para os senadores, a cada oito anos.


Cleo Pires diz que sempre foi muito sexual e que namorava filhos das babás

Cleo Pires, 30, afirmou que o sexo sempre foi "extremamente importante" para ela.
Em entrevista à "GQ", ela disse que, quando era criança, sua família morava numa casa no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, e que seus melhores amigos eram os filhos dos empregados que viviam numa comunidade próxima, conhecida como Terreirão.
"A casa vivia sempre cheia de meninos e meninas que a gente nem sabia de onde vinham", contou. "Por dia, uns sete ou oito. No fim de semana, uns 15."
"Eu era uma criança muito sexual", revelou. "Namorava todos os filhos das babás, das cozinheiras."
Cleo Pires posa de lingerie e fala sobre sexo: 'Extremamente importante' - 1 (© Reprodução, Daniel Klajmic GQ Brasil)
"A babá que ficou mais tempo comigo foi a Teia", disse. "Ela me levava para a Pavuna e eu namorava o filho dela, o Bruno. Depois um amigo do Bruno. Tinha também o caseiro, Zezinho, por quem eu era apaixonada."
Sobre sua famosa boca, que é comparada tanto à de Angelina Jolie quanto à do Coringa, ela afirmou: "Dependendo do dia, acho a minha boca bonita. Mas na verdade tento não olhar muito pra ela."

Kassab se lança como candidato a governador de SP



O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do PSD, esteve ontem em Brasília e se lançou como candidato ao governo paulista nas eleições de 2014. "Eu gostaria de ter essa oportunidade", declarou à Folha. "Todos sabem que a minha candidatura tem naturalidade".
Kassab afirmou que o apoio que seu partido está prestes a formalizar à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) não impedirá o PSD de ter candidato próprio ao Palácio dos Bandeirantes.


"As circunstâncias estaduais são diferentes da circunstância nacional", disse. "Sonho em um dia ter a oportunidade de oferecer o meu nome, o meu trabalho, para ser governador de São Paulo."

Isto é Kassab




Kassab, enquanto era prefeito de SP, participa de solenidade de entrega de unidades habitacionais na zona sul da cidade

A entrada do ex-prefeito na disputa estadual indica que o bloco governista poderá ter três candidatos desafiando o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que concorrerá à reeleição. Além de Kassab, deverão estar no páreo Paulo Skaf (PMDB) e um nome do PT, por enquanto indefinido.
Ontem, em Brasília, havia especulações sobre uma candidatura do ministro da Fazenda, Guido Mantega, pelo PT. O nome dele não é comumente mencionado dentro da sigla, mas teria se robustecido nos últimos tempos porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se convenceu ainda da viabilidade dos outros citados até agora.
Os ministros Aloizio Mercadante (Educação), Alexandre Padilha (Saúde) e Marta Suplicy (Cultura) disputam a indicação no PT para concorrer. O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, é outro petista no páreo.
Embora tenha controle sobre o PSD, Kassab disse que o apoio a Dilma só será anunciado depois que for formalizado por escrito pelos 27 diretórios estaduais do partido.
Três diretórios anunciaram ontem a intenção de apoiar a reeleição de Dilma: Bahia, Rio Grande do Norte e Rondônia. Se o cronograma imaginado por Kassab for cumprido, as consultas aos diretórios serão concluídas até junho, e o PSD será o primeiro grande partido a formalizar o apoio à reeleição de Dilma.
Embora seja uma legenda nova, o PSD se tornou a terceira maior sigla do Brasil para efeito de tempo de rádio e TV no horário eleitoral. Só perde para o PMDB e para o PT. A quarta maior legenda por esse critério é o PSDB.
Antes de declarar o apoio a Dilma, o PSD espera ganhar um ministério. Guilherme Afif Domingos, hoje vice-governador de São Paulo, deve ser nomeado em março chefe da Secretaria de Micros e Pequenas Empresas ""pasta que ainda depende do aval do Senado para ser criada.
Com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin

O cronograma do partido, então, inclui receber um ministério em março e oferecer apoio à reeleição de Dilma Rousseff em junho. Kassab afirma que os dois fatos não têm relação. "É inaceitável para o partido a prática do toma lá dá cá. Não existe nenhuma vinculação", disse.
Alvo de críticas nas últimas semanas da gestão do petista Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo, Kassab preservou seu sucessor. Mas atacou de maneira genérica administração paulistana.
Kassab posa para foto ao lado do ex-presidente Lula no hospital Sírio-Libanês


"Às vezes eu tenho um pouco de preocupação com membros da sua equipe [de Haddad], que entendem que os problemas que tem a cidade são problemas herdados de uma administração. É um grande equívoco, tamanha infantilidade, que causa até, em alguns formadores de opinião, uma certa preocupação com a falta de maturidade na afirmação", disse Kassab.


Lula se compara a Lincoln em evento da CUT, critica imprensa e cobra mais comunicação de sindicatos


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursa durante cerimônia em comemoração aos 30 anos da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em São Paulo. O evento acontece exatamente uma semana antes da "Marcha a Brasília", promovida pela CUT com outras seis entidades sindicais com o objetivo de pressionar o governo federal a favor de reivindicações das entidades
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comparou ao ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln, nesta quarta-feira (27), em um discurso voltado para dirigentes e ex-dirigentes sindicais na região central de São Paulo.
Lula foi homenageado na cerimônia que abriu as comemorações pelos 30 anos da CUT(Central Única dos Trabalhadores) --maior entidade sindical do país e cujas três décadas de existência são completadas em agosto deste ano. Entre os presentes, estava o ex-tesoureiro da CUT e do PT nacional, Delúbio Soares, um dos condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão.
"Estou lendo muito agora (...) Estava lendo o livro do Lincoln e fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln, em 1860, igualzinho bate em mim. E o coitado não tinha computador. Sabe o que ele fazia para saber de notícias? Ia para o telex, para o telégrafo, [para] ficar numa sala esperando [para responder]. Nós aqui poderemos xingar um ao outro em tempo real", disse, sob gargalhadas da plateia.
A história do ex-presidente norte-americano ganhou destaque na mídia nos últimos meses com o filme "Lincoln", do diretor Steven Spielberg. No domingo (24), Daniel Day-Lewis ganhou o prêmio de melhor ator na festa do Oscar pela interpretação que fez do ex-presidente.
Ex-presidente e um dos fundadores da CUT, Lula fez a comparação para pedir que as centrais e sindicatos fortaleçam sua comunicação com os trabalhadores, ao invés de esperar que manifestações, greves ou pleitos junto ao governo sejam simplesmente noticiados pela mídia.
O petista não citou nomes de eventuais opositores, aos quais se referiu sempre como "essa gente", mas lembrou que são pessoas que ficaram contra o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, e que agora estariam contra o governo da presidente Dilma Rousseff.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff se abraçam após discurso de Lula nesta quarta-feira (20) durante festa de comemoração dos dez anos do PT no governo, realizada no hotel do parque Anhembi, na zona norte de São Paulo. Lula afirmou que os adversários "podem juntar quem quiser" que não irão derrotar Dilma nas eleições de 2014

Críticas a "formadores de opinião"

"Esses formadores de opinião pública eram contra a campanha das Diretas; não era contra a derrubada do Collor, nunca quis que eu ganhasse as eleições. Essa gente só publicou [a respeito] quando a gente já estava na rua com 300 mil  na praça da Sé", afirmou, para completar: "Aliás, essa gente não gosta de progressista", definiu, para em seguida concluir: "A verdade é que estou naquela idade, naquela fase em que eu quero parar de reclamar dos que não gostam de mim e não me dão espaço".
Em meio às críticas à imprensa, o ex-presidente aproveitou para pedir às centrais e sindicatos que fortaleçam seus próprios canais de comunicação com seu público --seja por blogs, rádios comunitárias, jornais e redes sociais como o Facebook, elencou.
Mas por que a gente não começa a organizar a nossa mídia, um pouco de formatação do que temos em potencial, por que em vez cada um falar o que pensa, um pensamneo mais coletivo, mais unitário. Mesmo porque, avaliou, "se alguém xingar o governo não vai aparecer na televisão, [então] vocês tratem de falar bem."
"Se eu não ver você na televisão é porque você falou bem [do governo]", ironizou. "Temos uma arma poderosa totalmente desorganizada; temos que organizar um pensamento mais coletivo. Temos condição de fazer isso" .

Marcha de entidades e presenças "ilustres"

Apesar das comemorações iniciadas hoje, os 30 anos da CUT serão completados em agosto. A plenária --espécie de encontro regular de dirigentes-- aconteceu exatamente uma semana antes da "Marcha a Brasília", promovida pela CUT com outras seis entidades sindicais, como a Força Sindical.
A marcha, marcada para o próximo dia 6, pretende ser um mecanismo para que o movimento sindical "exerça pressão sobre o governo e o Congresso pela retomada do investimento público e em defesa da indústria nacional, fortalecendo o mercado interno e garantindo contrapartidas sociais", segundo a CUT.


Câmara aprova por unanimidade fim do pagamento de 14º e 15º salários a parlamentares


A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto que acaba com o pagamento de 14º e 15º salário a parlamentares
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto que acaba com o pagamento de 14º e 15º salário a parlamentares

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto que acaba com o pagamento de 14º e 15º salário a parlamentares. O projeto não precisa de sanção presidencial e entrará em vigor imediatamente. A votação foi simbólica, não nominal, e houve unanimidade.
Durante a votação, o painel eletrônico registrou a presença de 476 deputados.
Atualmente, os parlamentares recebem 15 salários, cada um de R$ 26,7 mil, por ano. Os dois pagamentos a mais são feitos em fevereiro e em dezembro de cada ano, a título de ajuda de custo. O depósito de fevereiro de 2013 já foi feito.

O projeto de decreto legislativo, de autoria da ex-senadora e atual ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi aprovado há cerca de nove meses no plenário do Senado. Ao extinguir os salários extras, o projeto prevê que os parlamentares ainda continuem recebendo dois salários a mais, um no início e outro no final do mandato. Ou seja, para os deputados, a cada quatro anos; para os senadores, a cada oito anos.
O texto tramitava na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara desde maio, mas um acordo entre os líderes partidários permitiu caráter de urgência na votação.
A colocação do assunto em pauta é uma tentativa do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de melhorar a imagem da Câmara dos Deputados diante da opinião pública. "Parabéns a este plenário, que resgata a altivez dessa Casa", declarou após a aprovação.
"Como trabalhadores que somos, não merecemos nenhum direito a mais", disse a deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), líder 

"Esta tarde é uma tarde histórica", declarou o deputado Rubens Bueno (PPS-PR). "Esse dinheiro não nos pertence."Como era de se esperar, nenhum deputado subiu à tribuna para defender a permanência do benefício.
A extinção do pagamento do 14º e do 15º trará economia de R$ 27,4 milhões anuais à Câmara e de R$ 4,32 milhões ao Senado, totalizando R$ 31,7 milhões. De acordo com a assessoria da Câmara, apenas 30 dos 513 deputados abriram mão voluntariamente do benefício.

O subsídio pago aos parlamentares teve origem quando a capital da República federal ainda era o Rio de Janeiro. A ajuda de custo era justificada pela necessidade de os parlamentares terem de se mudar, com suas famílias, para a capital, no início e no final de cada ano, na época em que o recesso parlamentar de fim de ano era de 16 de dezembro a 14 de fevereiro. 
No Senado, além de receberam os salários a mais, a maioria dos senadores não pagava impostos sobre os rendimentos recebidos. Em novembro de 2012, o Senado informou que pagou à Receita Federal mais de R$ 5,04 milhões referentes ao Imposto de Renda (IR) que deveria ter sido recolhido nos últimos cinco anos sobre os 14º e 15º salários recebidos pelos senadores.







PSD inicia consultas regionais para definir rumo 

em 2014






BA, RN e RO defendem apoio à reeleição de Dilma Rousseff
Em reunião da Executiva Nacional, realizada hoje (27), em Brasília, o Partido Social Democrático (PSD) iniciou o processo de consultas aos diretórios estaduais para definir, ainda este ano, a posição da legenda nas eleições de 2014. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, ouviu o posicionamento de três diretórios estaduais: Bahia, Rio Grande do Norte e Rondônia que defenderam o apoio à reeleição de Dilma Rousseff para a presidência da república. As autoridades esclareceram que o partido deve apoiar a candidatura da Presidente Dilma por julgar que a sua gestão, de forma geral, continua beneficiando a população.
“Iniciamos hoje as consultas aos diretórios estaduais e vamos fazer esse processo sem pressa, com muito diálogo, com muito debate. A corrente majoritária será respeitada e o partido caminhará com unidade. Não definimos nada em absoluto e o momento é de ouvir a posição de cada estado. Respeitaremos o legítimo interesse de todos para construir uma posição majoritária ainda este ano”, reforçou Kassab. Questionado se a posição estaria atrelada à indicação de nomes e cargos no governo federal, Gilberto Kassab foi enfático: “De nenhuma maneira vamos condicionar um eventual apoio à participação em governo. Isso é uma prática velha da política brasileira que nós queremos que seja uma página virada”.
Sobre a proximidade entre o presidente da sigla com a bancada federal, o líder do partido na Câmara, Eduardo Sciarra (PR), reiterou a importância desses encontros para “afinar o discurso para as eleições de 2014. Teremos muitos candidatos a governador, uma expressiva participação na eleição majoritária para o senado e essa consolidação que nós estamos projetando para o PSD nas eleições do próximo ano, deve coroar o belo trabalho que já tivemos em 2012”. Sciarra apontou ainda os próximos estados que serão ouvidos na próxima reunião da executiva. “Os estados do Amazonas, Mato Grosso e Ceará vão manifestar a sua posição por meio dos diretórios do PSD. Formado o juízo sobre toda essa composição no Brasil, o diretório nacional comunicará a decisão final”, pontuou.
Na oportunidade, o vice-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, lembrou a antiga parceria já estabelecida com o ex-presidente Lula e confirmou que o seu diretório estadual “deu carta branca para o presidente Kassab”. Faria declarou ainda: “Temos total confiança no nosso presidente para que ele possa tomar qualquer decisão quanto à posição do partido nas próximas eleições”.
Otto Alencar, vice-governador da Bahia, afirmou que o partido já trabalha em parceria com o governador do Estado, Jaques Wagner (PT). “O PSD está forte no meu Estado. Não vejo a necessidade de ficar na base do “toma lá dá cá”. Devemos seguir a decisão do todo. Mas acredito na parceria com o governo federal”, destacou.
Também presente no encontro, o deputado do PSD de Rondônia, Moreira Mendes, deixou claro que mesmo preocupado com determinadas medidas do governo, o apoio à candidatura de Dilma está confirmado. “Embora algumas ações me deixem inquieto, no sentido de que possam trazer comprometimento no futuro, o governo federal está acertando mais do que errando. Vejo que apoiar o governo é dar continuidade à ideia da construção de um novo Brasil”, disse Mendes.
Participaram ainda da reunião, o ex-líder do PSD, Guilherme Campos (SP), o vice-presidente da Câmara, Fábio Faria (RN), os senadores Sérgio Petecão (AC) e Kátia Abreu (TO), entre outros deputados federais, estaduais e prefeitos.